Sobre TDAH


O QUE É TDAH?

O TDAH é um transtorno neurobiológico com grande participação genética que é caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade. O DSM-V indica que o transtorno se apresenta de três formas: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo e apresentação combinada. Ao longo do tempo o TDAH teve vários nomes:

·         1778 - "Mental restlessness"
·         1902 - "Defeito de conduta moral"
·         1934 - "Desordem pós-encefálica"
·         1940 - "Lesão cerebral mínima"
·         1950 - "Disfunção cerebral mínima"
·         1968 - "Reação hipercinética da infância - DSM-II"
·         1980 - "TDAH - DSM-II"
·         1983 - "TH - CID 10"
·         1987 - "TDAH - DSM-III-TR"
·         1994 - "TDAH - DSM-IV"

O TDAH se inicia na infância e persiste na maioria dos casos na adolescência e vida adulta, atingindo de 3% a 10% da população infantil e algo em torno de 4% dos adultos. As características desse transtorno podem ser expressas em diferentes contextos do dia a dia do portador, como em casa, na escola e no trabalho. Como consequências do TDAH, quando não tratado adequadamente, pode-se citar a baixa autoestima, baixo desempenho escolar, baixa estabilidade emocional e psicológica, dificuldades nos relacionamentos sociais, conflitos familiares e até mesmo o uso de drogas ilícitas.

SINTOMAS

Os três sintomas clássicos do TDAH são a desatenção, hiperatividade e impulsividade, sendo caracterizado por uma apresentação clínica bastante heterogênea.

A desatenção pode ser identificada por sintomas como, por exemplo:

Dificuldade marcante de prestar atenção a estímulos internos e externos, de organizar tarefas e atividades e de seguir instruções; saltar de uma tarefa inacabada para outra, sem terminar aquilo que começa; se distrair com facilidade; esquecer frequentemente o que tem para fazer ou onde colocou seus pertences e demora em iniciar as tarefas (ROHDE e HALPERN, 2004).

Já a hiperatividade pode ser caracterizada por sintomas como:

Inquietude (dificilmente conseguem participar de atividades sedentárias ou silenciosas); agitação; impaciência; o agir sem pensar e falar muito; a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim; a precipitação para falar e a intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias e dificuldade para esperar sua vez (ROHDE e HALPERN, 2004). Também se observa a relutância em controlar seus comportamentos e impulsos.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do TDAH é essencialmente clínico e baseia-se em critérios bem definidos, que dizem respeito ao reconhecimento de no mínimo seis ou mais sintomas de desatenção ou hiperatividade/impulsividade por pelo menos seis meses, em grau mal adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento. Tais sintomas pertencem a uma lista proposta pela Associação Americana de Psiquiatria, através do DSM-IV.

Algumas pessoas ainda têm dúvidas sobre a existência de tal transtorno por afirmarem possuir alguns sintomas que são característicos do TDAH – o que de fato é verdade. Mas vale salientar que existem alguns critérios de diagnóstico, como:

·         A duração dos sintomas;
·         A frequência e intensidade dos sintomas;
·         A persistência dos sintomas em vários locais e ao longo do tempo;
·         O prejuízo clinicamente significativo na vida do portador;
·         e entendimento do significado do sintoma

Assim, é importante que o profissional colha informações da história da vida do paciente também com outras pessoas que o conheçam bem. Deve-se resaltar que a desatenção, a hiperatividade ou a impulsividade como sintomas isolados podem resultar de sistemas educacionais inadequados, ou mesmo estarem associados a outros transtornos comumente encontrados na infância e adolescência.

COMORBIDADES

Estudos mostram que o TDAH possui uma taxa de comorbidades significativamente alta. Comorbidade é o termo utilizado para designar a ocorrência de dois ou mais transtornos em uma mesma pessoa. Entre os portadores de TDAH observa-se:

1 - transtorno de desafio e oposição (30 a 50%); 2 - transtorno de conduta (20 a 50%); 3 – depressão (15 a 20%); 4 - transtorno bipolar (10%); 5 - transtornos da aprendizagem (10 a 25%); 6 - transtornos de ansiedade (em torno de 25%). O abuso/dependência de álcool e outras drogas, principalmente entre adultos e adolescentes, também possui elevada ligação com pessoas portadoras do TDAH (ROHDE e HALPERN, 2004).

TRATAMENTO

Para se iniciar um tratamento de TDAH é necessária a verificação da existência ou não de outras doenças associadas como ansiedade ou depressão, pois essas doenças influenciarão no tipo de tratamento que o paciente deverá receber. Existem várias linhas de tratamento do TDAH. No âmbito psicoterapêutico, as que mais apresentam resultados são a terapia Cognitiva-comportamental e o Coaching Comportamental. Em relação às intervenções psicofarmacológicas, os estimulantes são a categoria de remédios mais utilizada. O Neurofeedback também tem sido procurado como a alternativa não medicamentosa.

Psicoterapia Cognitiva-comportamental: auxilia o paciente a desenvolver novos padrões de comportamentos e de pensamentos e a motivação para construir uma nova história de vida, com mais autonomia, satisfação e qualidade de vida.

Coaching Comportamental: é uma atividade voltada para adultos, com objetivo de ajudá-lo em questões específicas e quando não há sofrimento emocional importante. O Coaching assemelha-se mais a um treinamento, com o objetivo de desenvolver uma habilidade específica.

Psicoestimulantes: De acordo com Rohde (2004), mais de 150 já foram realizados e estes comprovam a eficácia dos estimulantes. O metilfenidato (conhecido por Ritalina® e Concerta®), estimulante mais usado no Brasil, é uma droga que aumenta os níveis de noradrenalina e dopamina, o que melhora a atenção, concentração, função executiva e mantém a vigília (DE SOUSA e KALRA, 2012).

Neurofeedback: é que um treinamento que permite controlar e uniformizar as alterações cerebrais. Através de um eletroencefalograma são obtidas informações sobre o estado do paciente possibilitando assim reduzir essas alterações.

Nota: consulte as referências clicando aqui.

Um comentário:

  1. Olá, sou de Recife e gostaria muito de ter uma consulta para saber se possuo ou não TDAH, vcs poderiam me indicar um profissional? estou pesquisando muito e preciso demais dessa ajuda, desde já agradeço.

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